A evolução das corporações, confrarias, sindicatos e maçonaria reflete a transição de organizações medievais de ofício e religiosas para associações profissionais, políticas e fraternais modernas, impulsionada por mudanças sociais e econômicas.
Corporações de Ofício (ou Guildas Medievais)
- Origem e Função: Surgiram na Idade Média como associações de artesãos e comerciantes do mesmo ofício (como pedreiros, ferreiros, padeiros) para proteger seus interesses, regular a produção, controlar a qualidade dos produtos e evitar a concorrência ilimitada.
- Estrutura: Eram hierárquicas, compostas por aprendizes, companheiros (jornaleiros) e mestres. A progressão dependia do conhecimento técnico e, finalmente, da criação de uma "obra-prima".
- Declínio: Entraram em declínio com a Revolução Industrial e o surgimento do capitalismo, que valorizavam a livre concorrência e a produção em massa, levando à sua proibição em muitos lugares no século XVIII.
Confrarias
- Origem e Função: Eram, predominantemente, associações religiosas medievais e da Idade Moderna, formadas por leigos que partilhavam a devoção a um santo padroeiro ou propósito de caridade. Ofereciam auxílio mútuo, organizavam funerais e promoviam a vida espiritual de seus membros.
- Evolução: Embora muitas tenham desaparecido ou se tornado puramente religiosas, o seu espírito de auxílio mútuo e solidariedade influenciou o surgimento de outras formas de associação.
Sindicatos
- Origem e Função: Os sindicatos modernos não são uma evolução direta das corporações de ofício medievais, mas sim uma resposta às condições de trabalho da Revolução Industrial.
- Diferença fundamental: Enquanto as corporações reuniam mestres (proprietários dos meios de produção) e trabalhadores numa mesma organização, os sindicatos surgiram para defender exclusivamente os interesses dos trabalhadores assalariados (operários) em oposição aos empregadores.
- Evolução: Começaram como sociedades de auxílio mútuo e, posteriormente, transformaram-se em organizações de luta por melhores salários, condições de trabalho dignas e direitos laborais, como a jornada de 8 horas e o direito à greve.
Maçonaria
- Origem e Evolução: A maçonaria moderna, ou "especulativa", tem suas raízes diretas nas guildas (corporações) de pedreiros ("maçons" em francês) da Idade Média ("maçonaria operativa").
- Transição: No século XVII, com o declínio da construção de grandes catedrais e castelos, as guildas de pedreiros começaram a aceitar membros "não operativos" (intelectuais, nobres, comerciantes) interessados nos ideais de fraternidade e simbolismo da construção.
- Modernidade: Transformou-se numa sociedade fraternal, filosófica e filantrópica, que utiliza símbolos da construção civil para ensinar lições de moral e ética. As lojas maçônicas tornaram-se centros de debate político e social, defendendo ideais iluministas, liberais e democráticos, e tiveram papel importante em movimentos históricos como a independência do Brasil e a Proclamação da República.