terça-feira, 2 de dezembro de 2025

evolução das corporações, confrarias, sindicatos e maçonaria

 



A evolução das corporações, confrarias, sindicatos e maçonaria reflete a transição de organizações medievais de ofício e religiosas para associações profissionais, políticas e fraternais modernas, impulsionada por mudanças sociais e econômicas. 

Corporações de Ofício (ou Guildas Medievais)
  • Origem e Função: Surgiram na Idade Média como associações de artesãos e comerciantes do mesmo ofício (como pedreiros, ferreiros, padeiros) para proteger seus interesses, regular a produção, controlar a qualidade dos produtos e evitar a concorrência ilimitada.
  • Estrutura: Eram hierárquicas, compostas por aprendizes, companheiros (jornaleiros) e mestres. A progressão dependia do conhecimento técnico e, finalmente, da criação de uma "obra-prima".
  • Declínio: Entraram em declínio com a Revolução Industrial e o surgimento do capitalismo, que valorizavam a livre concorrência e a produção em massa, levando à sua proibição em muitos lugares no século XVIII. 
Confrarias
  • Origem e Função: Eram, predominantemente, associações religiosas medievais e da Idade Moderna, formadas por leigos que partilhavam a devoção a um santo padroeiro ou propósito de caridade. Ofereciam auxílio mútuo, organizavam funerais e promoviam a vida espiritual de seus membros.
  • Evolução: Embora muitas tenham desaparecido ou se tornado puramente religiosas, o seu espírito de auxílio mútuo e solidariedade influenciou o surgimento de outras formas de associação. 
Sindicatos
  • Origem e Função: Os sindicatos modernos não são uma evolução direta das corporações de ofício medievais, mas sim uma resposta às condições de trabalho da Revolução Industrial.
  • Diferença fundamental: Enquanto as corporações reuniam mestres (proprietários dos meios de produção) e trabalhadores numa mesma organização, os sindicatos surgiram para defender exclusivamente os interesses dos trabalhadores assalariados (operários) em oposição aos empregadores.
  • Evolução: Começaram como sociedades de auxílio mútuo e, posteriormente, transformaram-se em organizações de luta por melhores salários, condições de trabalho dignas e direitos laborais, como a jornada de 8 horas e o direito à greve. 
Maçonaria
  • Origem e Evolução: A maçonaria moderna, ou "especulativa", tem suas raízes diretas nas guildas (corporações) de pedreiros ("maçons" em francês) da Idade Média ("maçonaria operativa").
  • Transição: No século XVII, com o declínio da construção de grandes catedrais e castelos, as guildas de pedreiros começaram a aceitar membros "não operativos" (intelectuais, nobres, comerciantes) interessados nos ideais de fraternidade e simbolismo da construção.
  • Modernidade: Transformou-se numa sociedade fraternal, filosófica e filantrópica, que utiliza símbolos da construção civil para ensinar lições de moral e ética. As lojas maçônicas tornaram-se centros de debate político e social, defendendo ideais iluministas, liberais e democráticos, e tiveram papel importante em movimentos históricos como a independência do Brasil e a Proclamação da República. 
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